quinta-feira, 14 de abril de 2011

Cauã Reymond vira herói do sertão em Cordel Encantado

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Cauã Reymond sai do dependente químico Danilo, de Passione, para um herói do sertão. Na pele do humilde Jesuíno, de Cordel Encantado, o ator valoriza justamente essas diferenças na hora de dizer porque aceitou voltar ao ar tão depressa - Passione teve seu último capítulo exibido em 14 de janeiro. "As autoras Duca Rachid e Thelma Guedes me convenceram de que eu era o Jesuíno", valorizou. Seu personagem começa pacífico, sem grandes conflitos, mas o conflito é deflagrado quando o rapaz conhece a sua verdadeira origem. Por toda vida, acreditou ser filho do coronel Januário Cabral, interpretado por Reginaldo Faria. Mas seus verdadeiros pais, interpretados por Cláudia Ohana e Domingos Montagner, são cangaceiros e, por segurança, decidem entregar o filho recém-nascido ao coronel até sua maturidade. E voltam para buscá-lo adulto. É nessa fase que Jesuíno assume uma nova postura, se inquieta diante da verdade e passa a agir como uma espécie de Robin Hood, roubando dos ricos e doando aos pobres. Uma atitude que desperta a repugnância dos cangaceiros. "Nesse momento, nasce a empatia com o público. O personagem ganha mais humanidade", garantiu.

O livro Cangaceiros, Coiteiros e Volantes, de José Anderson Nascimento, foi um dos recursos usado pelo ator na composição do personagem - a obra fala sobre o cangaço do Nordeste. Durante o processo, Cauã admite que se inspirou também na história de Jesuíno Alves de Melo Calado, o Jesuíno Brilhante, que se tornou chefe dos foras-da-lei. Suas ações justiceiras eram a favor da gente simples que vivia no semiárido, em 1877. "Jesuíno Brilhante é um pouco Robin Hood, bem parecido com a segunda fase do meu personagem, quando ele se descobre herdeiro do rei do sertão", defendeu.

O ator diz que o seu sotaque e o de Bianca Bin, seu par romântico na novela, está bem semelhante. Os dois estudaram juntos e ambos não tiraram férias entre Passione e Cordel Encantado. Na história de Sílvio de Abreu, Bianca interpretava a sofrida Fátima. "Fizemos bastante aula de prosódia. Encontramos uma relação bem diferente da que vivíamos em Passione", explicou. E uma das maiores preocupações de Cauã foi mesmo o sotaque. O ator lembrou da rejeição que parte do público teve em relação a mistura entre português e italiano usada pelos atores em Passione. "Fui bem exigente. Me inspirei, inclusive, no Tony Ramos. Acho que ele arrebenta", exclamou. Cauã também assistiu diversas vezes a Grandes Sertões: Veredas, em que Tony Ramos interpretou, em 1985, o cangaceiro Riobaldo.

O forró e os livros de fotografia sobre a geografia do Nordeste também foram instrumentos que auxiliaram o ator na estrutura do personagem. Mas Cauã revela que a ajuda mais significativa foi, curiosamente, a de seu cavalo. "O contato com o animal me trouxe para perto da simplicidade do meu personagem. Acabo tendo contato com as pessoas que cuidam de animais, de caráter parecido com do Jesuíno", reconheceu.

Cordel Encantado - Globo - Estreia dia 11 de abril, às 18h.


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