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Cabra macho na TV, Cauã Reymond deixa a virilidade de lado no cinema. Em Estamos juntos, de Toni Venturi, o justiceiro Jesuíno de Cordel encantado será o DJ homossexual Murilo, que disputa com sua amiga o amor do mesmo cara. "Deixar a macheza de lado não foi problema, porque não tenho preconceito. O desafio era encontrar a feminilidade, sem caricaturar. Foi um trabalho bem difícil", afirma Cauã, que no horário das seis, monta em seu cavalo para defender os fracos e oprimidos.
Para compor Murilo, Cauã mergulhou no universo gay de São Paulo: frequentou boates e conheceu casais homossexuais. Tudo porque o personagem "faz a louca" ao descobrir que Carmem (Leandra Leal) está com seu amado, Juan (Nazareno Casero). Ele xinga a rival cheio de afetações no meio de uma estação de trem. "Foi um piti bem verdadeiro! Como passei muito tempo no mundo da moda, usei a memória que tinha", diz o ator, que já ganhou o aval da mulher, Grazi Massafera: "Ela gostou, discutimos o trabalho durante as filmagens."
Mas a paixão de Murilo por Juan, Cauã explica, é puro fogo de palha e não se compara ao genuíno amor de Jesuíno por Açucena (Bianca Bin) na novela: "Murilo é egoísta e tem personalidade dúbia, o contrário de Jesuíno. Ele arma uma situação com drogas e duas garotas para ficar com Juan." Com Estamos juntos, Cauã chega ao sétimo longa de sua carreira. Mas, apesar de escolher o cinema para experimentar personagens que não caberiam na televisão, o carioca não vê problemas se os papéis se invertessem e o gay fosse parar na telinha: "Quem sabe eu não sou o primeiro ator a dar um beijo gay entre homens na TV!"
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