domingo, 30 de novembro de 2008

Gobeth e Cauã entram no mundo dos adultos

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Por: Mário Vianna - O Estado de S.Paulo

 - Vamos combinar que, por enquanto, nenhum dos dois é candidato à sucessão do Marco Nanini no trono de melhor ator, mas uma coisa é inegável: Cauã Reymond e Roger Gobeth estão aproveitando cada linha que lhes cabe no latifúndio de suas respectivas novelas: Cauã interpreta Halley, que pensa ter vivido uma relação incestuosa, em A Favorita, e Gobeth transmite o desespero de um HIV positivo, em Chamas da Vida.

Graças ao físico e à estética, os dois atores - que começaram suas carreiras em Malhação - sairiam do núcleo jovem direto para a fila dos galãs, sem precisar decorar nada mais complexo que "Eu te amo mais que a mim mesmo, querida". Com a maturidade e a falta de concorrência, a promoção é quase automática e só não aconteceu ainda porque ambos parecem bem mais jovens do que realmente são. A TV ainda carece de homens que tenham e pareçam ter entre 35 e 40 anos.

É justamente a faixa etária que mais faz falta na televisão - e por isso, sobram personagens para Alexandre Borges (42 anos), Edson Celulari (50), Marco Ricca (48) e Marcos Palmeira (45). Aos poucos, a Velha Guarda de Tarcísio Meira, Claudio Marzo e Francisco Cuoco ganha reforços, como José Wilker, Tony Ramos e José Mayer - mas ainda é difícil tirar deles o peso de nomes fortes de qualquer elenco. Na prática, isso significa que as tramas se adaptam à idade dos atores, tornando mais freqüentes os pares românticos formados por personagens de idades díspares. Sobram para os atores mais jovens os personagens frouxinhos - e, por isso, menos atraentes.

Sem fazer feio, Roger Gobeth (35 anos) e Cauã Reymond (28) enfrentam personagens que trafegam da inconseqüência juvenil para uma vida adulta traumatizada. Na novela da Record, o bombeiro se descobre soropositivo e tenta esconder isso de todos, inclusive da namorada, por quem é apaixonado. Na trama global, Halley evita Lara (Mariana Ximenes), por achar que ela é sua irmã. Sua expressão de choque ao vê-la pela primeira vez depois da descoberta conseguiu transmitir o tamanho de sua perplexidade. O sangue novo dos atores dá atualidade à velha e boa fórmula do melodrama. E tem quem ache que novelas estão condenadas...

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