Por: Mário Vianna - O Estado de S.Paulo
Graças ao físico e à estética, os dois atores - que começaram suas carreiras em Malhação - sairiam do núcleo jovem direto para a fila dos galãs, sem precisar decorar nada mais complexo que "Eu te amo mais que a mim mesmo, querida". Com a maturidade e a falta de concorrência, a promoção é quase automática e só não aconteceu ainda porque ambos parecem bem mais jovens do que realmente são. A TV ainda carece de homens que tenham e pareçam ter entre 35 e 40 anos.
É justamente a faixa etária que mais faz falta na televisão - e por isso, sobram personagens para Alexandre Borges (42 anos), Edson Celulari (50), Marco Ricca (48) e Marcos Palmeira (45). Aos poucos, a Velha Guarda de Tarcísio Meira, Claudio Marzo e Francisco Cuoco ganha reforços, como José Wilker, Tony Ramos e José Mayer - mas ainda é difícil tirar deles o peso de nomes fortes de qualquer elenco. Na prática, isso significa que as tramas se adaptam à idade dos atores, tornando mais freqüentes os pares românticos formados por personagens de idades díspares. Sobram para os atores mais jovens os personagens frouxinhos - e, por isso, menos atraentes.
Sem fazer feio, Roger Gobeth (35 anos) e Cauã Reymond (28) enfrentam personagens que trafegam da inconseqüência juvenil para uma vida adulta traumatizada. Na novela da Record, o bombeiro se descobre soropositivo e tenta esconder isso de todos, inclusive da namorada, por quem é apaixonado. Na trama global, Halley evita Lara (Mariana Ximenes), por achar que ela é sua irmã. Sua expressão de choque ao vê-la pela primeira vez depois da descoberta conseguiu transmitir o tamanho de sua perplexidade. O sangue novo dos atores dá atualidade à velha e boa fórmula do melodrama. E tem quem ache que novelas estão condenadas...
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